segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Transparência necessária

A grande polêmica em torno de decisões relacionadas à Diocese de Limeira tomou proporções surpreendentes. O assunto ganhou espaço em mídia nacional, principalmente após a Diocese ingressar na Justiça tentando impedir que mais notícias fossem veiculadas. O estopim foi a decisão de transferir o padre Alquermes. A atitude revoltou a comunidade, o que é claro, sinaliza o carisma e a competência do religioso no comando da Catedral. O grande problema é a falta de explicação o que, em tese, caracteriza a inexistência de motivos para promover a transferência do religioso, enaltecido por recuperar a Catedral e resgatar a presença dos fiéis. A Justiça, como já era esperado, indeferiu a liminar pedida pelo bispo d. Vilson Dias e agora, resta à comunidade lutar pela permanência de Alquermes ou enfrentar a mudança que em minha opinião, não precisa ser traumática, afinal outro padre assumirá o comando e poderá executar um bom trabalho, tão bom quanto o de padre Alquermes. Mas independente de ele ir ou ficar, interessante é analisar o quanto a falta de transparência ou pelo menos a sinceridade de um superior hierárquico pode causar tumultos e atrapalhar o bom andamento dos trabalhos. E isso se repete quase que constantemente. Já pude observar, em várias situações políticas, que quando se esconde algum fato, naturalmente por medo de sua repercussão, a coisa tende a crescer e a tomar uma dimensão muito maior do que realmente é. A partir daí surgem as especulações e os exageros que beiram a inverdade. Por que não abrir o jogo? Se a transferência é algo natural e faz parte da trajetória dos padres, nada mais normal que reunir a comunidade ou mesmo a imprensa e comunicar o fato. É uma forma de dar satisfação a pessoas que ao longo de uma vida vêm sustentando o catolicismo, contribuindo para as reformas de igrejas e manutenções necessárias. Ao promover mudanças sem nem comunicar os maiores interessados, a Diocese dá sinais de autossuficiência, que ela não consegue manter-se em pé sem seus fiéis.Andréa Crott

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