sexta-feira, 19 de março de 2010

Olho por olho...

O episódio em que guardas municipais de Jundiaí tiraram a força a filha de um ano dos braços da mãe é um exemplo da falta de bom senso por parte de autoridades despreparadas para atuar em determinados casos. Gerou-se todo um celeuma em torno da situação, envolvendo um bebê que nem tinha noção do que ocorria. Ela sentiu apenas a violência de ser tirada dos braços da mãe e ser conduzida por estranhos para outro lugar mais estranho ainda e com gente que nunca viu. Fico imaginando o que passou por sua cabeçinha ainda tão ingênua e despreparada para as atrocidades da vida. Os ciganos sempre foram vistos com certa desconfiança pela sociedade. Em Limeira já foi muito comum na Praça Toledo Barros várias dessas mulheres se oferecendo para ler “a sorte” em troca de dinheiro. Na maioria das vezes, elas estavam com crianças no colo. Honestamente me comove mais a cena de menores espalhados pelos semáforos das cidades (porque a situação é semelhante nos municípios) abordando motoristas para pedir dinheiro. Por que as autoridades não agem com o mesmo rigor no caso de menores que ficam circulando pelas ruas das cidades, não apenas pedindo dinheiro, mas pegando carona na traseira de ônibus, provocando briga com outros garotos ou cometendo infrações? Aliás, eu não me refiro aqui somente aos guardas municipais de Jundiaí, mas ao Poder Judiciário que depois de arrancar o bebê dos braços da mãe, devolveu-a no dia seguinte. É preciso repensar a situação do menor e a responsabilidade dos pais. Não adianta apenas defendê-los, mas é preciso criar mecanismos para que não só os menores respondam por suas infrações, mas também os pais que diretamente são responsáveis pela situação que se formou ou pelo menos deverão explicar por que seus filhos menores estão na rua. É por esses e outros tantos motivos que defendo a aplicação de período integral nas escolas, que poderiam oferecer cursos profissionalizantes no horário oposto ao das aulas ou então atividades extracurriculares que contribuiriam para uma formação mais sadia e responsável de nossas crianças e adolescentes.

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